Guiadas pelo nosso vovô materno, lá fomos nós, rumo ao sertão baiano conhecer uma parte do Brasil diferente para nós paulistanas. Uma terra cheia de histórias que a mamãe já contava e vovô veio agora nos explicar.
Após quase 5 horas de carro de Salvador, chegamos a Jacobina, a cidade onde o vovô cresceu. Jacobina fica na região norte da chapada Diamantina, e é uma região bonita também com muitas cachoeiras.
Lá ainda vive a sua irmã mais velha, todos os outros filhos e filhas mudaram-se para Salvador quando jovens para estudar. Vovô foi o primeiro a mudar-se, primeiro fez o científico em Feira de Santana e depois ingressou na faculdade de engenharia em Salvador, quando então conheceu a vovó. De doze filhos que nasceram, o vovô foi o terceiro que nasceu, no ano de 1941.
A nossa bisa, Oraide, faleceu há dois anos, com quase 96 anos. Nós a conhecemos e aqui deixamos registrada a sua foto. O bisavô Jú, faleceu antes e não tivemos o privilégio de conhecê-lo.
Em nosso primeiro dia de passeio fomos visitar a pequena vila de Itaitu e sua cachoeira do véu da noiva.
A pracinha tinha um balancinho pra gente!
e conseguimos enfrentar a trilha para chegar a boca da cachoeira! Na sequencia fomos conhecer o pé da cachoeira, mas fomos abençoadas com a chegada da tão querida chuva no sertão que não deu para fotos, mas fez da nossa trilha de volta uma aventura particular debaixo de uma chuva torrencial!!
Dia seguinte colocamos pé na estrada mais adentro ao sertão, hoje a estrada que liga Jacobina a Ourolândia é asfaltada, mas há dez anos atrás era igual a muitas estradas do sertão, de barro!
Entre Jacobina e Ourolândia fizemos uma parada na Toca dos Ossos, uma gruta enorme, no padrão daquela que visitamos em Cuba!
E então chegamos a pequena grande Ourolândia! Cidade de 17.000 habitantes, que antes, quando o vovô nasceu, se chamava Ouro Branco, e fazia parte do município de Jacobina, ao ser emancipada, mudou de nome para Ourolândia.
Aqui lhes apresento o meu vovô, nós sentados na pracinha principal de Ourolândia. Lá trás, àquela casa meio rosa, era a casa e venda do meu bisavô e foi ali que nasceram os 12 filhos. O segundo morreu ao nascer, assim vovô, passou a ser o segundo do total de 11 filhos.
Em 1941 ele nasceu, e o que será que havia em Ourolândia nestes tempos? Seguramente não havia celular! E energia?
Neste banquinho na praça o vovô nos contou muitas histórias!
Hoje Ourolândia vem se desenvolvendo com a exploração do bege Bahia e a cidade está aquecida com a construção de parques eólicos na região. Incrivel, o vovô vibra com tudo isso!
No dia seguinte fomos explorar os entornos de Ourolândia e adentramos mais ainda ao sertão!
Começamos visitando a roça do nosso primo! Ali o sertão produz milho, melancia e outros produtos.
E a melancia estava deliciosa!
Consegui ainda praticar o estilingue, que a mamãe me explicou que na Bahia é badogue!
E ali perto fica o famoso poço verde, um poço profundo onde o vovô tomou muito banho. Hoje não é permitido o banho pois a água abastece a cidade e nós ficamos apenas na vontade de nos refrescarmos naquela água!
Após a nossa rápida visita a roça, continuamos o passeio. No sertão as casinhas são assim, de barro!
As cercas feitas de gravetos e o sol, escaldante!
Assim, qualquer lugar à sombra vale!
Depois de quase 3 horas de estrada sertão adentro, chegamos ao nosso objetivo, a Gruta dos Brejões. Uma gruta imensa, no meio do nada!! Foi um dia de aventura incrivel onde nós crianças e o nosso vovô idoso, fomos muito guerreiros. Caminhamos por quase 3 horas no escuro da caverna.
Aqui a boca da caverna, imensa, a segunda maior do Brasil!
Aqui já estamos dentro, mas aqui na foto não dá para ter noção de quão o teto está bem lá em cima!
Mas agora dá para ver o quão ficamos pequeninas nesta imensidão de caverna!
Dentro era dificil tirar fotos, mas a nossa diversão mesmo foi brincar com as lanternas.
Assim foi nosso último passeio, então retornar a Jacobina, para uma última noite com os primos e
no dia seguinte dizer adeus Ourolândia e Jacobina!