Semana do saco cheio em Outubro, mal chegamos da viagem das férias de julho, e lá vem mais oportunidade de viajar, acho que até cansa, mas não dá pra ficar parado em São Paulo vendo o tempo passar. Vamos viajar. Destino escolhido, Mendoza, região da Argentina que ainda não haviamos visitado.
Antes de tudo, importante informar a questão do câmbio do peso Aergentino. Tivemos que levar dólares e fazer o câmbio para pesos lá e pagar tudo em peso. A opção mais efetiva, pois qualquer coisa pelo nosso cartão de crédito, além do IOF a conversão é pelo dolar oficial, geralmente o dobro do chamado dólar blue. Lá tentar trocar com alguém indicado ou de confiança, ou ir direto nas caixas na rua Catamarca com Av. San Martin, facil de encontrar. Nunca troque muito e na primeira troca. Eu ia fazendo o orçamento justo para não correr o risco de sobrar com peso argentino na mão. Ao fim a Betina ganhou um relógio de presente de dia das crianças.
Em Mendoza há bastante oferta de atividades além das visitas as vinícolas. Há inúmeras agências que fazem uma programação completa para você. Tentamos sair do Brasil já com tudo definido, mas é chegando lá mesmo que as informações aparecem. Então vamos deixar aqui uma lista de sugestões de atividades.
De início fizemos contato com algumas agências:
Minha Viagem a Mendoza que organiza tudo pra você, nos precinhos salgadinhos e padrões de Mendoza (muitos em dólares) senão a alternativa é garimpar as atividades como o que fizemos. Iamos fazer com eles uma cavalgada ao entardecer, que ao fim foi cancelada pelo pessoal da cavalgada.
Para opções mais radicais na alta-montanha a Andes-Vertical, como rafting ou escalada, achamos tudo caro também e desistimos. Dá pra fazer escaladas mais interessantes por aqui por muito menos, e o rafting, ainda que no Rio Mendoza num lindo visual, não trazia nada de especial além do nosso rafting de Brotas. Agora existem diversas opções de trekking e cavalgadas mais profissionais, que as meninas não estariam muito dispostas a fazer. Uma outra agência é a Kahuak e a Cepas que vimos circulando por lá.
E vamos ao nosso roteiro.
Parte aérea
As passagens, que emitimos a duas semanas da viagem estavam bem caras, mas surgiu a opção de voar a low cost SKY Airlines, do Chile, então voamos para Mendoza, via Santiago. Não conseguimos comprar a passagem direto para Mendoza (com escala), assim tivemos que comprar os trechos separados Ida e Volta São Paulo - Santiago e o trecho só ida Santiago-Mendoza. A volta Mendoza-Santiago definiríamos por terra mesmo.
Chegamos em Mendoza sábado à noite, uma linda lua cheia e uma temperatura agradável, nos explicou o Marcos,que nos buscou no aerporto, que havia ocorrido o Sonda, um vento típico que vem do Chile e provoca queda de temperatura nos Andes e subida de temperatura em Mendoza. Enfim, a maior sorte, nevou na cordilheira e em Mendoza uma agradável noite de sábado de lua cheia. Mas naquele momento só queríamos cama, viajaríamos cedo no dia seguinte.
Onde ficar em Mendoza?
Nós optamos por um apartamento com o melhor custo benefício e serviço no centro de Mendoza. Mas acho que a melhor região do centro é a oeste da praça da independência, ali ficam hoteiszinhos charmosos e restaurantes mais interessantes. Mas ao redor da praça toda vai haver opções, uma região mais popular do centro mas tranquilo para andar e percorrer principalmente a peatonal Sarmiento. Os melhores restaurantes ficam também a oeste da praça, onde ela já não é mais peatonal.
Uma sugestão, além do roteiro que tivemos aqui, seria incluir uma experiência em alguma estância nas montanhas e nela fazer uma cavalgada e aproveitar um asado (churrasco) ao entardecer. Em Potrerillos seria uma boa opção, talvez Uspallata também, ou algumas estâncias ali próximas a Mendoza em direção a cordilheira. Por acaso encontramos esta aqui, mas devem haver inúmeras outras, vale buscar. Estância San Ignacio Outra opção também, que não avaliamos é hospedar-se em Chacras de Cória. A vinícola que visitamos a Susana Balbo tinha hospedagens por lá, mas muito glamour e pouca aventura pra gente.
Onde Comer
No centro: A gente não se atém muito a esta parte, mas nos foi recomendado o La Lucia e o La estância, um ao lado do outro, ou o el Asadito na frente, na Sarmiento depois da praça, a oeste. Por ali experimentamos também as Las medialunas del abuelo, para o café da manhã, ou a pizzaria popular. Não conseguimos chegar a Av. Aristides Vilanueva, ali próximo, que também oferece várias opções de restaurantes. Na peatonal Sarmiento o Lucciano's para sorvetes e picolés incriveis. E claro, além da boa e velha Havanna, o Entre dos, é uma outra rede de alfajores que também vale experimentar.
Fora do centro existem as opções nas vinícolas, e precisam de reserva. Nos recomendaram a Lagarde e o da Susana Balbo parecia bom, mas não experimentamos. Esta parte da recomendação vamos ficar devendo.
O que ver no centro de Mendoza
Escolhemos fazer um city tour de bike em Mendoza. Alugamos em um hotel próximo a entrada do parque pois o sistema de bike gratuito para turistas da cidade parecia não estar funcionando, vale checar. Fizemos um recorrido pelo parque Gen. San Martin, passamos pelo parque Cívico e voltamos, um toour de 2h e deu para ter uma noção da cidade. Passamos também pela praça da independência para nossa foto pelos letreiros da cidade.
Vinícolas
Ai está a parte mais difícil do planejamento até porque não era o nosso principal objetivo. Esxistem diversas opções de vinícolas a visitar nas diferentes regiões de Mendoza: Maipú, Lujan de Cuyo e Valle del Uco. Algumas vinícolas são tão top que precisam ser reservadas com muita antecedência. As que ouvimos falar como top são: Trapiche, Vistalba, Chandon etc. Nós optamos por fazer um tour de bike pelas vinícolas e escolhemos a Wine and Ride em Maipú pelos preços mais acessiveis.
A maioria dos tours estavam pedindo valores individuais de mais de 130USD como o Martin's em Lujan de Cuyo e o Sergio Sanchi, que este outro blog brasileiro descreve bem. O Tour da Wine and Ride ia de 12km a 18km e no momento que chegamos por lá para pegar as bikes e começar a pedalar a Marina começou a passar mal. Então cancelamos o programa e tivemos que fazer parte do tour de carro mesmo. Percorremos a região de Maipú, visitamos as Bodegas Lopez e Família Cecchin e depois demos uma volta de carro por Luján de Cuyo e Chacras de Coria que é um bairro residencial super verde, mas não encontramos um centrinho ou locais para uma circulada.
Planejamos então com uma reserva de última hora pelo site a visita a Susana Balbo wine, a primeira enóloga argentina, e uma linda vinícola em Lujan de Cuyo, proxima a Chandon. Bem, nem precisa diser que não seguimos a visita e ficamos por ali curtindo o gramado e o pequeno parquinho com vista para a cordilheira.
Uma opção prática para visitar as vinícolas é checar a programação do bus vitivinicola.
Alta Montanha
Queriamos explorar a alta montanha como parte do nosso objetivo de voltar para Santiago cruzando os Andes por terra, mas foi impossível viabilizar. Os transfers estavam caríssimos, nos propuzeram 800usd para nos levar até Santiago. Cogitamos pegar excursão, ou ônibus local até a fronteira, mas nada funcionava, os ônibus internacionais não pegam passageiros no caminho. Enfim, decidimos alugar um carro e ter uma noite em Las Cuevas já quase na divisa com o Chile fazer o caminho com calma e depois regressar a Mendoza e tomar o ônibus direto para Santiago. O ônibus leva cerca de 7h e tem duas companhias, Cata Iternational e Andesmar. Experimentamos as duas e é igual o ônibus semicama. Melhor comprar as passagens na propria rodoviária de Mendoza, mais barato.
Vale conferir o post sobre o nosso único dia no Chile, atravessamos os Andes e fomos esbarrar lá no Pacífico em Valparaiso, uma cidade surpreendente.
Optamos por Las Cuevas pois lá haviam alguns refúgios de montanha. Ficamos no Portezuelo del Viento, e por ali há outras opções parecidas. Mas como estávamos na baixa estação, o local estava bem vazio, sem movimentação alguma pela região. Nem conseguimos visitar o cristo Redentor na fronteira, pois o acesso estava fechado. Ali fizemos um rápido passeio pelas margens do rio. O local possui uma estrada de ferro abandonada que deixa a atmosfera um tanto decadente, mas a vista das montanhas é linda.
Acho que uma melhor opção de pernoite para quem quer quebrar a Alta montanha em dois dias seria em Proterillos, que possui vários cantinhos interessantes a serem descobertos, até fora do centro como na região de El Salto, ou em Uspallata uns 40min mais acima de Proterillos. Definitivamente, Las Cuevas não tinha nada, deve ficar mais agitada no verão quando o Parque Aconcágua é aberto para os montanhistas.
Nós partimos da vinícola Susana Balbo ali no pé da ruta 7 em direção a Potrerillos onde almoçamos e então seguimos a rota passando por Uspallata e então seguimos a rota até umas 2h depois chegar a ponte del Inca, uma visita rápida e fotos e ao Parque provincial Aconcágua, que já estava fechado.
No dia seguinte retornamos as 10h para poder visitá-lo. Enfim a visita nem valeu muito a pena, a trilha é bem curta para uma visão não muito diferenciada do impontente Aconcágua que também é possiível ver de um mirador fora do parque.
Dalia seguimos a ruta 7 de volta, desta vez com algumas paradas para apreciar o visual, uma parada rápida em Uspallata e chegamos a Potrerillos.
Potrerillos
Potrerillos fica a mais ou menos 1h de mendoza e pode-se chegar pela Ruta 7 (mais rápida, subimos por ela) ou pela rota que passa pelas termas de Cacheuta e circunda o lago (mais lenta, mas vale a pena pelo visual do lago, decsemos por ela). É um local muito interessante. A represa com um lindo lago azul turquesa e paisagens desérticas com pequenos oásis. O centrinho de Potrerillos estava bem calmo. Almoçamos na ida no gostoso El balcon de Pol, com uma vista bacana do lago. Na volta nós almoçamos no Mosqueta em El Salto, uns 10 min de Potrerillos, com um jardim bem aprazível e vista das montanhas, mas curtimos mais o primeiro.
E então partimos para nossa esperada cavalgada, ou cabalgata como dizem por aqui. Fizemos com a Los Camperitos e a mamãe contatou diretamente o Sebastian por whatsapp, o contato deles está no google maps. E foi tudo fácil e muito mais barato que contratar pelas agências de Mendoza. 1h de cavalgada o sufieciente para apreciar o visual e ter a experiência, pois a mamãe não curte se divertir às custas do sofrimento de um animal.
Outra atividade interessante deve ser a velejada pelo lago, algumas agências oferecem, e o rafting, que já comentamos antes. Passamos pela base de operação do Argentina rafting, às margens do rio e pareceu bacana.
Por fim, ficamos curiosos com as termas de Cacheuta, mas com todos que falamos nos desaconcelharam por ser muito cheio e nós achamos meio caro, e acabamos somente passando pela frente em nosso retorno à Mendoza, que tem uma ponte colgante (Pênsil) que o pessoal para pra visitar.
Malargue
Pegamos um ônibus logo no dia seguinte para Malargue pela Cata International. A ida o ônibus desviou via San Rafael (que talvez até valesse a parada para conhecer o Canion do Atruel que fica por ali e há excursões desde Mendoza) o que levaram 6 horas. A volta no trajeto direto foram 4h. A Betina adorou a viagem de ônibus" melhor que avião pois a cadeira deita e tem um visual bacana"
Em Malargue, o transfer coordenado pelo Alejandro, já nos pegou na rodoviária e nos levou para conhecer o Cânion Malacara. Formações rochosas vulcânicas que a gente sempre se diverte. Mas desta vez por ser feriado na Argentina, o local estava super lotado, do jeito que a gente não gosta, os passeios demoraram muito. Mas era muito bonito e deram lindas fotos.
Dali seguimos para o precioso Real del Pehuenche, dica do nosso amigo Pipa Nogaro, que foi o melhor da viagem e merece um post só pra ele. Lua cheia e neve no Real del Pehuenche
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