A nossa missão Amazônica foi mais uma daquelas viagens programadas de última hora que deu muito certo. Sim, é possível viajar em cima da hora no carnaval. Vai lá no Decolar e vê para que lugares as passagens estão em valores acessíveis, e pimba! Manaus era o destino da vez. Passagens compradas era hora de pensar o que fazer. Experiência prévia da mamãe e do papai em hotel de selva eles não queriam repetir, então o segredo foi alugar um carro e rodar as regiões interessantes próximas a Manaus. O roteiro ficou o seguinte:
2 noites em Presidente Figueiredo, 1 noite em Manaus, 2 noites no Parque Nacional Anavilhanas (Novo Airão) e 2 noites em um hotel de "selva" em Manacapuru (entre Novo Airão e Manaus)
Então vamos detalhar cada pedaço da viagem
PRESIDENTE FIGUEIREDO (2 noites)
Ficamos hospedados na Pousada Aldeia Mari-Mari, um local afastado da cidade com chalés e um café da manhã e jantar deliciosos inclusos na diária. Mas o melhor da pousada era seu igarapé que aproveitamos todos os dias (e noites).
A Pousada tinha no seu quintal muitas árvores da região, com seus nomes, e para nós foi incrível conhecê-las, principalmente as nossas frutas favoritas açaí e cupuaçu.
O Tiê, filho da dona da pousada e da idade da Marina, foi um grande companheiro e nos ensinou algumas particularidades da região, mas principalmente nos ensinou os saltos e nados na correnteza do igarapé.
Tem gente que faz bate-volta de Manaus, são umas 2 horas até PF, nós e chegamos a noite em PF e tivemos um dia e meio para explorar as Cachoeiras de PF. São muitas opções, assim tivemos um daqueles dias bem corridos para ver bastante coisa.
Começamos na Cachoeira do Santuário, um balneário bem estruturado para banho, com um local para nossos grandes saltos, e uma cachoeira bacana para desafiarmos suas águas.
Na sequência corremos para Caverna da Maruaga e gruta da Judéia, um dos passeios mais interessantes de PF. É preciso contratar um guia local, que cobra o mínimo de R$100 e o passeio dura de 1h e meia a duas horas e vale a pena.
De lá fomos conhecer a Lagoa Azul do Maranhão, um fervedouro que muda de cor durante o ano, azul ou verde. Chegamos lá e encontramos aquele piscinão só para nós, a gente curtiu muito. Mamãe e papai acharam que o programa foi mais para nós mesmas.
Ao fim de um dia de muitos passeios molhados estávamos famintas, então fomos para a cidade apreciar novamente aquele delicioso Tambaqui assado e um suco de cupuaçu divino da fruta. Ali na cidade, na rua onde fica a estatua do índio no Cupuaçu, tem muitas opções de restaurantes e ali também fica o grande balneário da cidade, o parque Urubuí, que no carnaval estava lotado, mas só pegamos o fim da festa.
De barriga cheia até tentamos curtir o carnaval da cidade que estava apenas começando, mas já eram 18h, o tempo instável nos fez regressar a nossa pousada para um banho de Igarapé noturno.
No dia seguinte tínhamos a opção de seguir mais a diante para a cachoeira da Pedra Furada e conhecer o lago da represa de Balbina, mas achamos melhor curtir nosso igarapé mais um pouco e depois partir para Manaus.
MANAUS (1 noite)
E então partimos para Manaus, em tempo para almoçar no recomendadíssimo Tambaqui de Banda, ali em frente ao lindo Teatro Amazonas. Entradas e pratos da Amazônia que valem experimentar.
Hoje era segunda então não conseguimos entrar no teatro, assim seguimos para um rolê pelo porto de Manaus e Mercado municipal da Cidade. Ao caminho do nosso Hostel, demos uma paradinha na praia de Ponta Negra, uma região bonita de Manaus e uma praia que valeria a pena a visita.
O nosso hostel de hoje era diferenciado. Um hotel flutuante nas margens do igarapé Tarumã, no Rio Negro em Manaus, apenas acessível por barco em uma região afastada de Manaus, depois da Ponta Negra. Os manauaras curtem estes bares flutuantes de praia, o Abaré é um bar-restaurante-hostel, conhecido pela particularidade das suas músicas, mais eletrônicas e o trance. Esperávamos encontrar um bar ainda no agito de carnaval, mas chegamos ao fim do dia e o movimento estava acabando. Chegamos em tempo para fazer um bom SUP de por-do-sol e ver muitos botos cinzas por ali.
Partimos cedo do nosso hostel rumo a Novo Airão, mas ali em Manaus na Ponta Negra fomos descobrir àquele Café Regional da Priscila, que cruzamos por outro em PF e ambos muito cheios. Simplesmente o point do café dos Amazonenses, Tapiocas gigantes recheadas, mingaus, bolos e sucos, divino!! E claro experimentamos a Tapioca com Tucumã, fruto da região. No caminho cruzamos a maravilhosa ponte do Rio Negro
PARQUE NACIONAL DE ANAVILHANAS (Novo Airão)
Chegamos em Novo Airão por volta do meio dia, uma breve parada no centro de visitante para nos informar de como fazer o passeio ao parque Nacional de Anavilhanas. Existe também outro parque Nacional a se visitar por aqui, o Jaú, para ver árvores gigantes como a Sumaúma, visitar a gruta do Madadá e as ruínas de Velho Airão, a cidade antiga que teve seu tempo áureo nos tempos do ciclo da borracha. Mas o passeio ao parque do Jaú duraria um longo dia com longos trajetos de barco que achamos que não íamos aguentar. Optamos pelo passeio de 4 horas pelo parque nacional de Anavilhanas no dia seguinte. Na próxima vamos programar a visita ao Jaú.
Então agora era hora de seguir para um restaurante flutuante Flor do Luar com uma comida Amazônica impecável, o ceviche delicioso mergulhado no Tucupi, o óbvio Tambaqui assado e as sobremesas divinas, sem falar no delicioso banho de rio com o visual do Anavilhanas ao fundo. Confira a resenha neste blog que nos trouxe muitas informações sobre Anavilhanas e Novo Airão. Restaurante Flor de Lotus
Voltamos em tempo para curtir finalmente uma piscina depois de tanto banho de rio e cachoeira. A nossa pousada a Bela Vista, com uma bela vista para o Rio Negro, tinha também uma infra bacana para nós, a piscina e um parquinho sem falar no restaurante com sua vista e um redário colorido. Muito boa a nossa pousada, uma ótima alternativa aos luxuosos hotéis do Mirante do Gavião ou o Anavilhanas Amazon Lodge.
A noite seguindo a indicação do mesmo blog o Amazonas e mais, fomos caminhando ao Alex Saloon Ajuricaba e outra deliciosa opção, ficamos fissuradas no "Bike" o gostoso hambúrguer, tão leve que comemos dois e só custava R$10. Ainda nos deliciamos no suco e aproveitamos para tentar aprender a jogar uma sinuca.
Dia seguinte fomos fazer nosso passeio maravilhoso pelo parque de Anavilhanas.
Dica sobre os passeios, você pode ir nas agências da cidade, usar a agência da sua pousada, pegar um telefone de um barqueiro no centro de visitantes ou ir na associação dos barqueiros ali ao lado do flutuante dos botos. Nós ficamos nesta última opção. Os passeios de barco no parque variam de 1h ao dia todo e os preços são um tanto salgados. Optamos pelo passeio de meio dia, pois tínhamos sobra de tempo, que incluía a visita a comunidade de Tiririca. Enfim, ao fim achamos que o de duas horas já estaria de bom tamanho, afinal a comunidade ficava muito longe e não vimos muito por lá. Outro detalhe muito importante para se programar a visita a este parque incrível, importante vir na época de seca para poder ver as lindas praias da região, dizem que é de outubro a fevereiro, mas viemos ao fim de fevereiro e todas as praias já estavam submersas. A água ainda ia subir muito, mas praia não tinha mais nenhuma.
Rodamos de barco entre as ilhas do arquipélago, aproveitando as paisagens, sons e espelhos do Rio Negro. Fizemos uma rápida trilha pela floresta, encontrando árvores gigantes, cipós gigantes, e alguns bichos pequenos, pássaros e insetos.
Depois chegou a tão esperada parada para um delicioso banho numa ex-praia, e por ali nos rodeavam inúmeros botos. Seguimos por igarapés lindos, inundados e pudemos apreciar os sons e algazarras dos pássaros.
Por último visitamos a comunidade da Tiririca onde vimos algumas aves e o artesanato local.
De volta a pousada aproveitamos para mais um grandioso SUP no Rio Negro ao fim de tarde e o jantar mais uma vez foi no Alex Saloon.
Antes de partirmos de Novo Airão havíamos programado passar pelo flutuante dos botos, mas ao chegarmos lá, estava fechado e ficamos só na vontade. Guardamos apenas uma foto do dia anterior quando chegamos do nosso passeio de barco. Por aqui alguns hotéis e locais turísticos alimentam os botos para os turistas poderem vê-los de perto e até nadar com eles, não tivemos esta experiência. Nadamos em muitos rios com muito botos mas eles mantinham a sua distância natural de sobrevivência.
MANACAPURU (2 noites)
Para as nossas duas últimas noites da viagem optamos por buscar um hotel de selva e fazer àqueles passeios tradicionais. Nós buscamos um no meio do caminho de Novo Airão a Manaus, próximo a cidade de Manacapuru, o Alta Vista Amazon Lodge. Um hotel novo, pequeno com 8 chalés, administrado pelo Danilo e seus pais, não exatamente um hotel de selva, mas um local para explorar os atrativos do rio Manacapuru. Uma vista belíssima do Rio Manacapuru, o hotel em si não tinha nenhum atrativo para crianças, mas a nossa agenda foi tomada pelos passeios que nos ocupou o tempo e nos divertiu muito. Outra opção de hotel de "selva" ali no caminho do roteiro seria o Tariri, o qual nos foi indicado.
Chegamos ao meio dia e pudemos fazer o nosso primeiro passeio com os turistas do hotel, um grupo de indianos, uma inglesa, uma família paulista com meninos de nossas idades. Partimos pelo rio primeiro para ver ao longe os macacos de cheiro, àqueles com olhos bem grandes, dali, o motor do barco "afogou" e tivemos que ser rebocados. Mas deu tempo de um bom banho de rio e bons saltos em companhia do Pedro e do Miguel.
Após o resgate da nossa canoa, regressamos ao nosso hotel em tempo ainda de fazer o nosso passeio noturno de focagem de jacarés, uma experiência incrível que sempre lembraremos.
O dia seguinte amanheceu bem chuvoso e parecia que ia estragar o nosso passeio, mas decidimos encarar a chuva e demos sorte, ela parou e nós fizemos uma pescaria incrível. A mamãe pegou um Tucunaré e o papai pegou uma piranha, mas ao fim o saldo pro jantar foram dois tucunarés deliciosos.
A tarde fomos dar outro passeio de barco com mais um banho de rio ao por-do-sol rodeado de botos.
Aqui conhecemos algumas frutinhas novas, o biribiri, uma mistura de pinha com graviola, deliciosa, e o camu-camu, que tomamos um suco gostoso, rico em vitamina C.
Em nosso último dia, o passeio da manhã foi para ver o o encontro das águas do Rio Manacapuru e o Solimões, parecido com o do Rio Negro e foi a primeira experiência particular que tivemos, sentimos a diferença da temperatura e enchemos as garrafinhas para as diferenças das cores. O sol abriu forte e foi bom para nos esbaldarmos no banho e últimos saltos no Manacapuru.
Após o almoço deixamos o Alta Vista, a Betina já com saudades do Danilo, e seguimos a Manaus, era hora de conhecer o verdadeiro encontro de rios, o Solimões e o Negro, formando o Amazonas. Completamos as garrafinhas para nossas experiências e levaremos de volta pra São Paulo.
O passeio ainda nos levou a ver lindas e grande vitória-régias e uma comunidade ribeirinha cujo reflexo das casas davam fotos incríveis.
E para fechar, passamos por um criadouro que se dizia pesca esportiva de Pirarucu, um local um tanto estranho com àqueles peixes gigantes confinados em cercados não muito grandes no rio. Bem, mas valeu pois pudemos ver àquele imenso peixe que a Pilar descrevia perfeitamente em seu livro. Até me aventurei tentar pescar um pirarucu, mas era missão impossível.
Seguimos para o centro de Manaus e retornamos para jantar no Tambaqui de Banda e o entardecer era só música e jazz em Manaus, um momento incrível. E ao virar a esquina, um grupo de percussão também ensaiava por ali, um gostoso e animado fim de tarde de sábado em Manaus.
Mas para fechar com chave de ouro nossa viagem Amazônica e nossa visita a Manaus, fomos presenteados pelo Balé Aladim de uma escola de balé de Manaus. Uma apresentação linda naquele teatro maravilhoso. Lacramos!!
DICAS IMPORTANTES
A questão dos mosquitos
Falou em Amazônia já vemos pais preocupados com malária, febre amarela, dengue, zika sei lá o quê, ou mosquitos em geral. Nós não nos preocupamos muito, já somos imunes na febre amarela e malária acreditamos que o risco é baixo, bem como as outras doenças. E vou contar que viemos munidas com o repelente Exposis, a Betina com a perna bem atacada pós férias na Bahia e sua dermatite atópica no auge, foi curada pelo clima mais úmido da Amazônia. As feridas sararam e quase não houve novas picadas. Usávamos bem o Exposis, mas com tanto banho de rio, não sei se estava tão efetivo, mas sobrevivemos às picadas mais que em São Paulo.
Nadando nos rios
Se é seguro e limpo? Ah também não estávamos muito preocupados, com àquela abundância de água, seguramente nadar nas áreas não habitadas os rios são limpos e os barqueiros sempre sabem os locais propícios para um bom banho. A correnteza não é forte nestes locais.
Confiram neste vídeo os nosso incríveis saltos nos Rios da Amazônia:
Alimentação
O Tambaqui é o grande peixe da região, delicioso! Viciamos no tambaqui assado, mas dá para variar nas caldeiras, ensopadas e caldos. As frutas do norte que conhecemos algumas são deliciosas, mas vale explorar as novidades como o biribiri, o camu-camu, o taperebá (que é o cajá do nordeste) e os bons e velhos açaí e cupuaçu. A Marina até experimentou a florzinha do Jambu que deixa a boca dormente.
ANIMAIS
Na amazônia é difícil ver animais, ai é melhor ir ao Pantanal. Conseguimos apreciar os bichinhos só de longe
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