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Trekking no Vale do Pati com crianças (+ bônus no Vale do Capão e Lençóis) - Réveillon 2020

Chegou finalmente a oportunidade de fazermos a trilha do vale do Pati com uma galerinha massa. Há tempos que vinhamos estudando as possibilidades e preocupadas se realmente íamos dar conta das longas caminhadas, até que encontramos mais uma turma animada e cheia de energia e lá vamos nós desbravar o Pati. E depois do nosso Trekking ainda exploramos o Capão e Lençóis.


Quer saber mais sobre a Chapada? Veja o nosso post geral, Incrivel Chapada Diamantina.

Primeiramente apresentamos a galera na sequência da escadinha: Davi o mais velho e já adolescente, 14 anos, depois vem o Vitor, irmão do Davi, com 9 anos. Eu, Marina com 8 anos, a Maria, de 7 anos, a Betina com 6 anos e fechando o caçula, Raul, irmão da Maria, de 4 anos. Todos muito animados para as longas caminhadas.

Galerinha na pizzaria de Guiné na noite anterior de começar a trilha

Em resumo, crianças conseguem fazer as caminhadas do Pati? Claro!!! E nós temos muito mais energia que os adultos, em geral chegamos na frente e até corremos em diversos trechos. Não temos frescuras, pisamos na lama, tomamos chuva e banho de rio e um puxa o outro. Aliás esta foi a grande técnica psicológica aplicada. Se um resolvia empacar e não queria mais andar, nunca era o pai, ou a mãe que resolvia, o ideal era os pais sairem de cena, que ali entre nós, rolava um apoio mútuo e a energia voltava. Mas claro que houveram partes que um colinho do papai ou da mamãe nos ajudou a dar uma descansada...

Para fazer o Pati há inúmeros trajetos e atrativos e desta vez optamos pelo básico. Durante a trilha perceberíamos o ritmo e ajustes a serem feitos, mas o plano inicial que foi o executado foi, entrada e saída pelo vilarejo de Guiné e 4 dias de trilha que descreveremos detalhadamente a seguir. Há opções de hospedagens simples, em dormitórios e banheiros compartilhados dentro do vale. Há também a opção de acampar, o problema é carregar a barraca nas costas, mas foi o que nos restou como opção para a noite do réveillon, pois todos os alojamentos estavam lotados. Enfim, estávamos animadíssimos para este acampamento também.

Contratamos o guia Cid, da agencia Mandacaru, e o Cid e sua turma levam toda a parte de lanches na trilha e organizam as refeições nos alojamentos. Nós só tivemos que nos preocupar em trazer poucas roupas, os itens do camping e umas comidinhas extras, por exemplo chocolate para nos dar mais energia. Foram 67,5 km percorridos em 4 dias.

Para escolher o Guia, converse bem com ele para ganhar a confiança em relação a paciência com o grupo e com as crianças, neste quesito nosso guia foi muito bom, com o apoio do Manuel e do Matheus que nos acompanharam, já que o grupo era grande. Sentimos falta apenas de algo mais organizado em relação aos tempos de caminhadas, demoras nas saídas pela manhã e quantidade de comida para os lanches da trilha, mas em geral foi tudo tranquilo, sem problema algum.

Para se preparar para o Pati nós usamos este outro blog: Janelas Abertas que nos trouxe bastante detalhes do que levar, etc...

DIA 1 - Guiné - Mirante do Pati - Alojamento da Igrejinha (10,5 km percorridos)

Pernoitamos na pousada Beco do Guiné, que recomendamos, para no dia seguinte sairmos cedo. Na noite anterior comemos uma gostosa pizza na agitada e única pizzaria do vilarejo de Guiné, recomendamos também. Do vilarejo de Guiné até o começo da trilha fomos de carro e lá deixamos o carro estacionado para começar a trilha. A trilha do primeiro dia basicamente é a subida até o platô das gerais do Rio Preto, uma boa caminhada lá até chegar ao Mirante do Pati e poder apreciar o vale, depois seguir em uma descida bem íngreme para chegar ao primeiro alojamento do vale que é a Igrejinha. O lanche do almoço fizemos a beira do Rio Preto, com direito a banho para refrescar, e depois a caminhada foi sob um sol bem forte.

Para dar um pouco de emoção a nossa trilha, o Raul, o caçula da turma, começou a trilha com febre, e praticamente foi carregado no primeiro dia de caminhada. Quando a febre baixava, ele ficava disposto para dar seus passos. Raul parecia não ter algo grave e sim a suspeita de ter contraído a virose de 5 dias de febre da irmã, então, esperávamos que no sexto dia ele estaria recuperado. Entramos no Pati no seu terceiro dia de febre.

Chegamos ao mirante do Pati, e ai o visual deslumbrante, com direito a água de coco.

Seguido ao mirante vem a descida íngreme e que requeria cuidado e atenção, até chegar no alojamento da igrejinha e nos acomodarmos. Chegamos em tempo, logo veio a chuva depois de nós e a primeira noite foi bem chuvosa, felizmente estávamos bem alojados, nos preocupou como seria nossa noite de réveillon se chovesse assim, nosso acampamento seria bem enlameado.

Relatório do dia:

​DIA 2 - Cachoeirão por cima (21,5 km percorridos)

Hoje íamos fazer uma longa caminhada bate-volta para ver o Cachoeirão por cima. Raul ainda estava com febre e então ficou na igrejinha descansando com seu pai, assim a galerinha desfalcada partiu para o ataque. Antes de sair tivemos uma sanfona só pra nós.

O primeiro trecho foi uma subida longa mas não muito íngreme, mas acabamos saindo tarde e o sol estava bem forte, chegamos ao topo do platô por volta do meio dia.

Após uma longa caminhada plana pelo platô, enfim chegamos ao Cachoeirão. Lá almoçamos a beira do rio e tivemos sorte, pois a chuva da noite anterior encheu o rio que propiciou um bom banho. Depois apreciamos aquele visual incrível, com direito a arco-íris

O retorno, mais tranquilo e rápido que a ida. Chegamos a Igrejinha debaixo de chuva, mas depois de percorrer 20 km tivemos pique para ainda correr da chuva, mas não deu para fugir dela. Mais uma noite de muita chuva, que usamos com um bom jantar e muita prosa.

Relatório do dia:

DIA 3 - Alojamento do Agnaldo, caminhada pelo vale, Prefeitura e Poço da árvore (16,8 km percorridos)

Chegamos ao último dia do ano e o dia mais divertido da caminhada. Partimos da Igrejinha para o próximo alojamento ainda com uma garoa. O primeiro trecho para chegar ao alojamento do Agnaldo foi uma subida forte seguida de descida íngreme.

Mas logo chegamos ao alojamento e a chuva já tinha parado, ótimo, pudemos escolher um lugar sequinho para montar acampamento.

Acampamento montado, era hora de seguir caminhada vale a dentro.

Agora sim o vale despontava deslumbrante. A trilha contornava o morro do Castelo, uma trilha que não pudemos fazer desta vez pois por causa das chuvas, as pedras escorregadias, o trecho ficou perigoso para nós, mas seguimos adiante por uma trilha linda até chegar a prefeitura, outro ponto de hospedagem.

Prefeitura

Que lugar lindo! Na base do morro do castelo, ali paramos para almoçar usando a infraestrutura do local.

Também foi um momento de muita diversão fazendo a dança do espanta-chuva em volta de uma fogueira apagada.

Seguimos então nossa caminhada para o nosso delicioso banho no Poço da Árvore.

Retornamos ao nosso acampamento, com uma caminhada relaxante e divertida, muita cantoria e brincadeiras.

De volta a nosso acampamento, era hora de nos prepararmos para nossa linda noite de céu estrelado e muito forró de réveillon. A hospedagem estava muito cheia, mas nem por isso perdia o seu charme. Descobri até um moedor para fazer caldo de cana.